A canção já começa com um punch sonoro interessantemente forte. Sua estrutura melódica, a qual já comunica a imersão no campo do hard rock, traz em si uma similaridade estética visível para com a sonoridade construída pelo Scorpions. Com grande requinte de sensualidade oferecido através das guitarras, as quais se dividem entre riffs aveludados e ásperos, a obra tem, na bateria, o elemento que traz certo grau de crueza à sua conjuntura rítmico-melódica.
Conseguindo ser ao mesmo tempo macia e dramática, a melodia também passa a ser composta por um baixo que, apesar de tímido, pode ser ouvido contribuindo com um groove ligeiramente seco na elaboração da base melódica. Solar, contagiante, sensual e com notas de frescor, a canção passa a ter seu escopo lírico desenhado por uma voz de timbre azedo e levemente metálico.
Com seu auxílio, Alders Alley assume um caráter dramático que encontra, consequentemente, seu ápice durante o refrão. Nele, o instrumental se torna explosivo de forma a entrar em sintonia com a visceralidade em que o vocalista interpreta o lirismo. Ainda que essas observações sejam verdadeiras, a obra traz outras questões.
É visível a gana e a embrionária sintonia entre os integrantes do Katharein, porém, seu som não consegue esconder a necessidade de uma melhor lapidação sonora e até mesmo de um melhor entrosamento. O som é bom e é firme, mas ainda não é consistente, o que mostra que o grupo ainda não encontrou sua essência. Ainda assim, Alders Alley mostra um grupo com garra e ânsia para crescer musicalmente, até porque, capacidade ele, definitivamente, provou ter.