Mississippi Supercult - Hoodoo Star

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Existe uma sensualidade lexicalmente libidinosa e ardente transpirando da maneira com que a guitarra pronuncia seu riff durante o amanhecer imediato da obra. De desenvoltura rebolante e denotativamente provocante, o instrumento coloca sob a atmosfera um sangue hard rock de essência puramente setentista. A partir do instante em que a bateria entra em cena por meio de golpes precisos da caixa, a qual introduz uma camada sonora levemente estridente, a canção passa a ser agraciada, simultaneamente, por um rompante bojudo e encorpado proveniente do baixo.


Amadurecendo o instrumental de maneira a transpirar uma essência equilibrada de influências que vão de nomes como Rival Sons, Greta Van Fleet, Led Zeppelin e Black Sabbath, a canção é capaz de fundir, consequentemente hard rock e folk por meio de um arranjo levemente setentista, mas de arquitetura consistentemente original. É nesse âmbito que se percebe a existência de um andamento lento ao ponto de tornar possível a identificação de flertes com a roupagem doom. 


Sincopada e de baixo cada vez mais saliente, a canção, assim que atinge seu primeiro verso, tem seu enredo lírico narrado por uma voz masculina afinada em sua vasta extensão, de forma a promover a percepção de semelhança em relação ao timbre de Robert Plant. Ao mesmo tempo, porém, essa mesma voz transpira nuances metálicas por meio de sua pronúncia que mostram a influência também de Ozzy Osbourne em seu estilo de canto. Hoodoo Star se configura, portanto, como uma perigosa e ardente canção que eleva o hard rock a um nível libidinosamente sombrio.

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Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.