A bateria surge entre golpes crus a partir da ressonância da estridência da caixa. Sem demora, porém, o que acontece é que a atmosfera introdutória passa a ser regida por uma sensualidade funkeada evidenciada graças à forma como a guitarra se apresenta na atmosfera melódica. Com uma mistura de toques agudos e uma distorção ácida, o instrumento confere à obra uma postura provocativa irresistível.
Enquanto isso, na base melódica, o baixo se coloca como um elemento que transpira em seu groove encorpado, curto e levemente seco que acompanha um vocal masculino de timbre grave em sua construção do enredo lírico. Lembrando a voz de B.B. King em certos aspectos, Craig Erickson vai fazendo de sua obra uma mistura despropositada de referências que vão de Lenny Kravitz a Tom Morello.
Concentrando todo o brilhantismo na figura da guitarra, Erickson acaba fazendo de Bring Love Back Again um repúdio à cultura do ódio e ao comportamento socialmente competitivo enquanto intenta trazer o amor de volta ao centro de discussão. Não um amor de relacionamento romântico, mas um amor relacionado ao respeito e ao senso de igualdade. Nesse ponto, é como se a canção tivesse a intenção de reavivar o caráter humano tão adormecido na sociedade atual.