Casey Frazier - In My Good Times

Nota do Público 0.00 (0 Votos)

Como em um efeito time lapse, o céu acompanha a transformação da noite em dia através de sua própria coloração. Do preto intenso, ele passa a ser moldado por tons místicos e, gradativamente, mais claros até que o Sol seja visto, ainda que tímido, no horizonte. Movida por uma melodia macia, aromática e aveludada, essa paisagem de cunho esotérico toma certo corpo, conforme a introdução se desenvolve.


Explorando texturas hipnóticas e aveludadas, a canção se perde por entre uma métrica ondulante e entorpecente, capaz de tirar o ouvinte brevemente de seu estado de consciência. Contudo, assim que o baixo é ouvido com seu groove curto e seco em uma cadência ligeiramente trotante, o escopo rítmico-melódico entra em uma ascendência até que deságua, finalmente, no início do primeiro verso.


Delicadamente solar, sensual e aveludado graças à união do saxofone, trompete e trombone, tal recorte é embebido em sutilezas até mesmo em virtude do timbre suave e adocicado de Casey Frazier, que rapidamente entra em cena. Com notas ligeiramente fanhosas e uma curiosa familiaridade com o timbre de Damiano David em virtude de seu embrionário tom agudo-rasgado, começa a introduzir o enredo lírico.


Transformando a canção em uma obra adoravelmente folk, Frazier começa a descrever diversas cenas e situações daquilo que parece ser a sua própria vida campestre. Nesse ínterim, ele estimula a veneração do delicado e do simples, enquanto a melodia se torna encantadoramente doce e gentilmente harmônica. Com direito a leves inserções do banjo que, mesmo com participações audíveis curtas, já consegue desfilar seu charme bucólico, In My Good Times se matura como uma obra extasiante criada por um indivíduo sertanejo que aproveita os pequenos instantes da vida.

Compartilhe:

Cadastre-se e recebe as novidades!

* campo obrigatório
Seja o primeiro a comentar
Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.