A estrada está livre. Vazia. O céu está cinza, com um senso melancólico tão profundo que chega a ser palpável. Ameaçando uma garoa fina de outono em seu pleno cria frio, a paisagem é desolada e sofrida. Esse é o cenário oferecido pela guitarra através da forma como ela se movimenta no despertar imediato da canção.
Repentinamente, uma voz de timbre grave e metálico surge preenchendo a camada lírica. Com semelhança estrutural com a tonalidade angariada por Mark Hoppus, essa voz acaba por amplificar o clima melancólico e monocromático da canção. Ainda que delicada e sonoramente cristalina, a obra extravasa uma postura cabisbaixa, entristecida e até mesmo lamentadora e decepcionada.
Entrando em sintonia com tal ambiência, Unspoken é uma faixa que traz, como tema, aquelas palavras que são formadas no inconsciente e que anseiam por serem pronunciadas. No entanto, são essas mesmas palavras que, ao serem ressoadas, muitas vezes de maneira impulsiva, podem chegar ferir aquele ao qual são direcionadas. É aí que vem o arrependimento.