Zircon Skyeband - The Stake

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É interessante como, apenas através do rugido do trombone, o ouvinte possa identificar semelhanças estético-sonoras para com a ambiência melódica moldada em Rehab, single de Amy Winehouse. No entanto, apesar dessa súbita lembrança ser uma experiência inevitável, a presente canção rapidamente afasta essas memórias ao colocar o ouvinte perante um escopo harmônico-rítmico-melódico crescente e enérgico.


Explodindo em uma segunda etapa introdutória de energia vibrante, vivaz, sensual e até mesmo altiva no que tange uma postura mais empoderada, a canção destaca a rígida e notável simetria entre seu time instrumental. Os metais, aqui, falam aberta e sintonicamente com a precisão desenvolta da bateria e a expansiva postura libidinosa das guitarras de maneira a, interessantemente, fazerem a vez do baixo no que tange a construção dos quesitos de consistência, precisão e densidade. No instante em que a obra enfim mergulha em seu primeiro verso, ela escancara o fato de que sua base rítmica tem, em si, a estrutura mais típica e tradicional do blues, o que lhe dá um andamento percussivo amaciado.


O interessante é notar que a maneira como trompete, trombone e saxofone se comunicam entre si, além da atuação lírica do time de backing vocals feminino, auxiliam generosamente no engrandecimento da sensorialidade lexicalmente sexual transpirada pela obra no que tange um transpirar pegajosamente libidinoso. Provocante e saliente, The Stake, em última análise, se destaca pelo seu clima ardente, sedutor e imparavelmente hipnótico em meio às suas nuances jazzistasa intensamente penetrantes.

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Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.