The Ram - Warmth Of The Fire

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Ela começa com uma espécie de sensualidade despropositada. Bucólica. Ao mesmo tempo, a introdução, de uma forma muito curiosa, apresenta uma melodia que soa como lobos uivando solitários em uma noite morna de verão. Macia e de caráter hipnótico, ela se apresenta sob uma estrutura minimalista, calcada, principalmente, na união da bateria e do violão com direito a suspiros agudos da guitarra.


Rapidamente, porém, a camada melódica é surpreendida pela entrada de um vocal grave e rouco que rompe todo o torpor disseminado pela melodia até então. De voz forte, presente e autêntica, The Ram começa a introduzir as linhas líricas na mesma sintonia amaciadamente cambaleante com que o violão segue sua linearidade sonora.


Fornecendo imersões inquestionáveis no campo do soul em virtude de seu estilo de canto, The Ram faz, da sua voz, o principal elemento responsável pela construção da harmonia em meio a uma embriagante e constante melodia. Dessa forma, Warmth Of The Fire se matura como uma canção folk acústica em cujo enredo enaltece a vida do campo, do fazendeiro e a traz como sendo fonte de uma simplicidade tocante e admirável. O espírito do cooperativismo, o altruísmo, a parceria e a união existente entre os vizinhos do campo é algo muito bem abordado, de alguma forma, nessa que é uma canção-prece para um Estados Unidos rural.

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Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.