Sara Diana - The Villain

Nota do Público 0.00 (0 Votos)

Não é apenas a melancolia que é evidenciada através da movimentação e da afinação das notas do piano. Um certo grau de visceralidade aparentemente controlada pode ser observada através de suas postura e feição vulneráveis e inconstantes. Ainda que o ouvinte possa ser confundida com uma paisagem delicada, o que de fato existe, mas não de forma honestamente sincera, a verdade é que essa cenografia traz consigo um sofrimento rascante e visceral escondido por uma falsa postura de brandura.


Assim que a linha lírica passa a ser preenchida rompendo o minimalismo estético massivo, um diálogo começa a ser desenhado por meio de uma voz feminina firme e consistente. Vinda de Sara Diana, ela acaba contribuindo com aquela constatação anterior de que a canção consiste, sensorialmente, em um evento de experimentação sensorial profundamente lancinante.


É interessante perceber que, nesse ínterim, quanto mais a canção se desenvolve, mais ela é preenchida por sonoridades sintéticas que, por meio de seus toques azedos e levemente ásperos, propõem uma atmosfera psicodélica surpreendente e penetrante. Eclodindo em uma cenografia estética cinemática e de energia dramática pungente através do sonar esvoaçante do violino que preenche o espaço harmônico, The Villain se arregimenta como uma obra pop barroca que dissemina uma experimentação emocional dilacerante e travoso.

Compartilhe:

Cadastre-se e recebe as novidades!

* campo obrigatório
Seja o primeiro a comentar
Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.