Ela já começa forte, intensa e com boas noções de harmonia a partir de seus rompantes uníssonos. Entre os uivos regozijantes da guitarra de PJ Ferguson, a bateria de John Rodrigue entra com precisão inserindo, além do despertar da cadência rítmica, um insitar de sensualidade, provocação e ardência capaz de fazer o coração pulsar mais forte.
Explodindo em uma segunda parte introdutória sexy, provocante, contagiante, entusiasmada e solar, a canção traz, agora, o protagonismo da sensualidade sínica da guitarra solo de Tommy Leland. Enquanto isso, o baixo de Brandon Cantwell se posiciona na base melódica desfilando uma linearidade concisa e firme a ponto de dar a sustentação necessária para que a sonoridade tenha o peso ideal.
Quando Ferguson assume também os vocais com seu timbre agudo e ligeiramente metálico ao ponto de criar uma similaridade com aquele de Whitfield Crane, a canção, pela levada estruturada pela bateria, recria uma ambiência hard rock levemente atemporal. Capaz de transitar entre os anos 70 e 80, a canção traz uma intensidade suja e uma cadência tanto lírica quanto melódica irresistível.
Dialogando sobre foco, perseverança e predestinação como forma de atingir os desejos e construir alicerces capazes de levar à realização das vontades, Leap Of Faith traz um viés autobiográfico interessante. Com uma ponte intrigantemente encandescente em sua simplicidade estética de maneira a flertar com aquela presente em Alive And Kickin’, single do Mr. Big, conforme ela assume numa nova crescente, a obra dá vasão para que, enfim, o teclado de Kaitlyn Connor possa alçar seus voos e dar, à canção, singelas noções transcendentais em meio ao seu êxtase generalizado.
Produzida e mixada por Rocco Guarino, Leap Of Faith traz um som equilibrado, uma mixagem bem estruturada a ponto de deixar o ouvinte degustar de cada elemento tanto em sua individualidade quanto em sua contribuição ao coletivo. Por meio dele, a canção possui uma sonoridade madura, forte e uma estrutura energicamente cativante.