Mike Freund - I Came For You

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Seu início já garante traços de alegria e satisfação apenas a partir da sincronia levemente acelerada entre bateria e guitarra. A partir dessa união, a estrutura rítmico-melódica introdutória consegue fornecer ao ouvinte agradáveis sensos de frescor e maciez até o momento em que ocorre uma divisão e a introdução passa a obter outro espectro sonoro. Nele, a guitarra assume uma postura ondulante em meio a uma bateria agora levemente suja, que passa a contar com a companhia de um baixo tímido, mas audível em sua contribuição encorpada, mas seca.


Melódica e curiosamente aconchegante, a canção alcança o seu primeiro verso por meio da entrada de um vocal masculino de timbre agudo e afinado. Eis Mike Freund iniciando o desenho do escopo lírico. Por meio dele, a canção recebe o que faltava, a emoção. Afinal, agora, além do contágio estruturado pelo escopo rítmico-melódico, o ouvinte pode se perder por entre uma atmosfera encantadoramente romanceada.


Promovendo uma paisagem tão bela quanto a de um amanhecer em pleno jardim florido no auge da primavera, I Came For You é onde Freund exorta todo o seu sentimentalismo e confidencia suas emoções mais profundas, a partir de uma postura sincera, àquela pessoa que possui a chave de seu coração. E o interessante, nesse aspecto, é que a melodia, ainda que em uma certa linearidade, acaba conquistando aromas florais conforme segue seu sonar ondulante.


Quando o ouvinte parece ter conhecido todas as arestas rítmico-melódicas da obra, I Came For You o leva para uma ponte em que Freund experimenta uma ambiência que propõe uma fusão estética entre rock progressivo e psicodelia a ponto de deixar a sonoridade embriagante e, até mesmo, alucinógena. Esse é o jeito que o cantor escolheu para fazer da faixa a sua mais sincera e honesta declaração de amor.

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Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.