A canção tem seu início marcado por uma textura de extrema maciez e delicadeza. Proporcionada através da sensível sintonia entre a guitarra lap steel e o órgão hammond, os quais, juntos, dão início à construção do espectro harmônico-melódico, essa atmosfera suave engrandece em força assim que o vocalista invade a cena com seu timbre grave e potente. O curioso é que, ainda que possua, de fato, uma força natural em seu tom, o cantor consegue contribuir com a energia amaciada oferecida desde o início da obra.
Misturando espectros melódicos do folk e do gospel através de detalhes sonoros, a canção é imbuída em uma simplicidade tocante que captura a atenção do ouvinte com seu viés curiosamente introspectivo. Tendo uma ambiência contagiantemente bucólica, Bourbon explode em um refrão em que o brilhantismo se localiza, principalmente, na união de tons entre vocalista e backing vocal. Com seu ritmo calcado em uma cadência 4x4, a canção acaba atingindo outras plateias que não somente aquela fisgada pela identidade sertaneja. Um single singelo que vale a audição pela sua humildade estética.