Os violinos conduzem o ouvinte por meio de uma introdução de caráter clássico e imbuído em uma generosa camada melódica e harmônica. Ainda que o dulçor seja um elemento de destaque nesse enredo sonoro inicia, o espectador logo percebe notas de drama, conforme o tímpano vai contribuindo com seus punchs ocos e de sonar curiosamente azedo.
Deixando a atmosfera mais enigmática, a bateria, em sua frase mais introspectiva, serve como um prelúdio para a transformação da estrutura da canção. Dali em diante, a obra se transforma em um potente e denso exemplar do metal sinfônico. Nesse instante, a guitarra elétrica rouba a cena com seus riffs ásperos e azedos. Porém, é, definitivamente, o teclado que consegue ter o ouvinte em suas mãos por conta de sua grandiosidade operística.
Assim que seu primeiro verso se inicia, a canção passa a ter seu escopo lírico desenhado por uma voz feminina de timbre gutural e categoricamente operístico. Nesse ínterim, é interessante, e ao mesmo tempo curioso, notar como o baixo, em sua simplicidade, consegue proporcionar à obra a consistência melódica ideal para sustentar toda a gama instrumental de que é formada.
Com esse desenho estético, Impulse explode em um refrão enérgico e curiosamente excitante de maneira a confirmar a sua exaltação a uma ambiência rítmico-melódica tradicionalmente nórdica. E é exatamente nesse recorte que o Oïkoumen acaba destacando as suas influências, tendo o Nightwish como a mais marcante e facilmente perceptível.