Jake Gray - I’m A Mess

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É como o vislumbrar do Sol surgindo por detrás das colinas, trazendo consigo energia e vivacidade para o novo dia que está nascendo. O ânimo e uma felicidade enigmática passam a abraçar o ouvinte de forma a fazer com que seu sangue rapidamente aqueça em virtude da maneira com que a guitarra de Jake Gray se apresenta em uma introdução que lhe garante protagonismo absoluto.


Sensual, provocante e de distorção levemente áspera, o instrumento dá passagem para que a guitarra solo de Ethan Tucker entre em cena por meio de um espreguiçar que rapidamente comunica uma essência contagiantemente blues. Fortalecida por um piano que surge no entremeio da melodia fornecendo uma harmonia de compasso sincopado que lembra levemente a roupagem do boogie woogie através do comando de Neal Capps, a canção passa a se destacar pela sua maciez e sincronia entre os elementos sonoros presentes.


É nesse momento que uma voz masculina de timbre intermediário e agradavelmente rasgado entra em cena fornecendo outra textura à receita. Gray, com sua essência vocal ríspida e de interpretação lírica debochada, transforma a atmosfera em algo não apenas atraente, mas divertido em sua significância mais ampla. 


Com direito a um violino que, na posse de Ryan Dunaway, uiva perante a arquitetura folk-blues construída, de forma a garantir uma harmonia bucólica e doce à sonoridade de bases bem marcadas graças às desenvolturas de Terry Phillips e Jeff Roller na bateria e baixo, respectivamente, a canção também chama atenção pelo seu conteúdo lírico. Em I’m A Mess, Gray apresenta ao ouvinte a história de um indivíduo consciente da necessidade de mudanças em seu comportamento, mas que, de maneira igualmente lúcida, adia qualquer possibilidade de transformação em seus hábitos por comodismo.

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Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.