Gas Dance - Waiting For Something To Show (That It’s Just Not Going To)

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Apenas a partir da melodia intimista e levemente melancólica desenhada pela guitarra de Pedro Domicio em seus primeiros instantes sonoros, o ouvinte consegue identificar uma notável semelhança estético-enérgica para com a atmosfera criada em Do Jeito Que Eu Gosto, Do Jeito Que Eu Quero, single do Charlie Brown Jr.. Igualdades à parte, o que o presente amanhecer oferece ao ouvinte é uma paisagem demasiadamente soturna embebida em uma estética denotativamente crua, evidenciando, a partir daí, o abraço da roupagem lo-fi.


Com o auxílio da bateria na criação de um compasso rítmico, a canção não apenas ganha uma noção de movimento, mas também adquire precisão e consistência em sua desenvoltura estrutural. Nesse ínterim, a camada lírica passa a ser preenchida por uma voz masculina de timbre doce e de afinação bastante consistente proveniente de Thalys Guarnieri. É aí que, com uma sonoridade mais robusta, a canção consegue comunicar, também, a sua essência doom.


Apoiado em uma boa dicção do idioma inglês, Guarnieri apresenta ao espectador um enredo lírico que coloca em xeque a expectativa versus a realidade. A doação e a não retribuição. O bom grado e o desapontamento. Através dessas dualidades, Waiting For Something To Show (That It’s Just Not Going To) entra em uma espiral soturna que chega a, inclusive, passear por cenários assombrosamente fantasmagóricos banhados por uma sonoridade stoner rock ao estilo The White Stripes.


Capaz de proporcionar ao ouvinte também a identificação do baixo na base melódica oferecendo corpo e embasamento à melodia, a canção destaca, com louvor, a essência experimental do duo Gas Dance. Nesse movimento, Waiting For Something To Show (That It’s Just Not Going To), inclusive, destaca a sensibilidade, as influências e a musicalidade dos integrantes a ponto de fazer surgir um produto de natureza perfeitamente autêntica, que é a presente composição.

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Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.