Even Martinsen - Lifetime

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A forma como a guitarra se movimenta em sua maciez estrutural remete às melodias estruturadas por Bon Jovi em seus últimos trabalhos. De essência leve, fresca e com uma capacidade de trazer consigo uma característica folk contagiante em sua raiz inspiracional recaindo sobre o estado estadunidense de Nova Jersey, a canção ganha uma curiosa junção de delicadeza e vivacidade com a entrada das notas do piano.


Preenchendo o escopo melódico com a sua doçura natural, o instrumento acaba assumindo a função de guia sonoro, indicando o caminho que o restante dos instrumentos deve seguir. Dessa forma, a guitarra lap steel garante seu posto promovendo uma ambiência aveludadamente bucólica e tranquilizante, enquanto a bateria, em sua função de estruturar a cadência rítmica, entra em total sintonia com a suavidade estrutural.


Assim que as linhas líricas começam a ser preenchidas ao início do primeiro verso, o ouvinte tem uma agradável surpresa. Diferente daquilo que é esperado do folk, Even Martinsen não possui um timbre necessariamente nasal, mas garante a sua sutileza sertaneja. Mergulhando em um refrão de delicadeza tão intensa que chega a ser palpável, Lifetime é agraciada por um órgão hammond na base melódica que aromatiza o ambiente com suas notas florais adocicadamente ácidas.


Com direito a um solo de guitarra de caráter confortavelmente aveludado, Lifetime consegue, de forma tanto sensitiva quanto racional, representar, melodicamente, todo o enredo lírico. Trazendo como base aparente o tema relacionamento, o enredo da canção, na verdade, aborda o autoconhecimento relacionado à compreensão das emoções em meio à superação do passado. A estrada, o Sol e o vento são, aqui, elementos que auxiliam o protagonista na sua própria compreensão de si.

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Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.