A introdução traz um uma brisa gélida melancólica vinda do horizonte. Já em seu início, é interessante perceber como a canção consegue ofertar uma camada harmônica ampla, ainda que, em conjunto, soe simples ou, ainda, mais do mesmo. Aqui, apesar de o violino saltar aos ouvidos, existem, também, o banjo, a guitarra e o baixo promovendo suas individuais contribuições na criação de um ambiente bucólico abraçado por um interessante senso de suspense.
Nesse ínterim, um timbre levemente fanhoso entra em cena preenchendo as camadas líricas. Eis Even Martinsen se apossando suavemente do microfone sob uma cadência verbal que acaba se tornando outro importante elemento na somatória harmônico-melódica. Afinal, a forma como pronuncia os versos faz o ouvinte sentir desde um senso desbravador a um ligeiramente incômodo senso de insegurança.
Porém, é importante ressaltar a importância que os violinos têm nessa construção melódica em especial. Afinal, apesar de Alaskan ter uma indiscutível estrutura rítmico-sonora calcada no folk, tais instrumentos dão a esse espectro uma identidade singular. Nela, a canção consegue se desprender da influência western estadunidense e fundir uma atmosfera não apenas nórdica, mas, sim, viking, que lhe garante originalidade e uma proximidade com a origem do próprio cantor. É isso que torna a canção um produto diferenciado.