A cítara invade o início imediato da canção com seu sonar típico inserindo aromas árabes inebriantes no ambiente de paisagem, ainda, enigmática. O curioso é que, mesmo sendo densamente regional, esse mesmo sonar evolui para uma melodia sensual, conforme Catha entra em cena com seu timbre adocicadamente agudo e aveludado.
Se destacando, inclusive, pelo ritmo estruturado pela presença de elementos percussivos que deixam o cenário com um clima ligeiramente latino, Bad Bitch pode, para muitos, soar como uma canção apelativa e sem brilho. No entanto, desde seu contexto rítmico-melódico que une culturas, ao seu lirismo, ela mostra ser uma obra diferenciada.
Afinal, nela Catha se usa do multiculturalismo para disseminar a mensagem do amor-próprio, da autovalorização e do ensinamento de relevar o julgamento alheio a respeito das aparências que fogem da agenda midiática. Assumir seu corpo e sua identidade é apenas o primeiro, mas importante, passo no caminho do empoderamento e, consequentemente, da confiança.