Ela já começa madura e certa de sua proposta. Estruturalmente sexy e melodicamente provocante, a introdução já apresenta uma banda consciente musicalmente. Misturando blues e hard rock, a alma da canção, ao menos durante seu amanhecer, está imerso na contribuição da guitarra de Robert Swijgman. Ainda assim, os golpes que Chris van der Vlies executa, com precisão, na caixa da bateria, são essenciais para que o ouvinte identifique o andamento rítmico.
Ainda no despertar da canção, em sua última repetição, é chegado o seu embasamento, sua consistência. Seu corpo. Graças ao groove bojudo do baixo de Joris Kühne em sua linearidade precisa, Waiting For The Sun se colocou sob um céu claro, energizante e ausente de qualquer menção de nebulosidade. Nesse clima, que beira o ápice do verão, a música recebe Thomas Daniel Staples e seu timbre aveludadamente agudo, mas ardente pela sua interpretação lírica.
De refrão denotativamente groovado, preciso, e em cuja estrutura melódica é capaz de rememorar aquela de Partido Alto, canção de Cássia Eller, a música se torna incontrolavelmente irresistível em seu curioso frescor retro de aroma semelhante às estruturas sonoras executadas pelo Rival Sons. É com essa forma que o The Tarn House Renegades escolheu trazer um personagem imerso em sombras, mas que encontrou, na música, a motivação para seguir a luz do Sol em todo o seu esplendor revigorante.