Jack Garratt - Hands Go Up

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Três anos após o lançamento do álbum Love, Death & Dancing, o cantor e compositor inglês Jack Garratt enfim anuncia o terceiro EP de sua carreira. Intitulado Hands Go Up, o material é o sucessor de Synesthesiac, divulgado em 2015 e foi gravado no We Named The Dog Indiana Studios.


Uma voz grave surge entre sons eletrônicos agudos e ondulantes dando uma introdução narrativa para o que virá a ser a faixa de abertura. Trazendo frases motivacionais e reflexivas, ela encaminha o ouvinte para um ambiente dançante em que Jack Garratt surge com falsetes agudos dando continuidade àquela proposta reflexivo-motivacional proposta durante o alvorecer. Como uma faixa que ensina a amar a si mesmo, a se respeitar, a se conhecer, perdoar e entender a si mesmo, a faixa-título se mostra reenergizante e estimulante ao ponto de deixar o ouvinte com boas vibrações a partir da melodia da lounge music que conta, inclusive, com um solo de trompete inserido por Mark Crown que despeja ainda mais alegria na faixa-título.


Fresca e com um swing metálico, a canção é protagonizada por um violão de riffs serenos e por uma bateria orgânica que, dominada por Brett Cox, dá mais vida ao compasso rítmico. É assim que, ao lado de um baixo de linhas bem groovadas, Just How I Like It ganha sensualidade em sua melodia veranista e linear. Não à toa que a faixa traz um lirismo despreocupado em cujo cenário é da plena liberdade do lazer e do descanso mental de forma a fazer o ouvinte inclusive sentir a brisa do mar banhando a pele do corpo em um súbito de frescor.


De protagonismo de uma sonoridade estridente nos primeiros instantes introdutórios, a presente canção segue com uma estética melódica curiosamente contagiante que, facilmente, captura a atenção inconsciente do ouvinte. Evoluindo para uma cristalina lounge music em que é possível degustar, pela primeira vez em Hands Go Up, a voz limpa de Garratt, o espectador consegue notar sua afinação e seu melódico veludo adocicado. É com esses ingredientes que No Good Without You apresenta um personagem carente e dependente do carinho e atenção da pessoa desejada, evidenciando, também, a grande insegurança do protagonista lírico.


Iniciando com uma narrativa clara e nítida, a nova canção não tarda a mergulhar em uma melodia linear guiada por uma voz metálica que, repetidamente, pronuncia o mesmo verso. Ainda assim, What I Got é uma música dançante que é baseada na paisagem do fim de semana e da intenção da conquista da pessoa desejada. É uma canção que, acima de tudo, propõe uma liberdade extravagante e provocante.


Dançante é o adjetivo que melhor define a proposta de Hands Go Up. Em seu novo material, Jack Garratt se apresenta alegre e propõe ao ouvinte a imersão em um ambiente dançante para esquecer os problemas e se sentir livre de qualquer tensão externa do dia a dia.


Fresco e cativante, o EP é marcado por melodias lineares e versos líricos repetitivos que narram o romance, a atração, a conquista e o desejo pelo outro alguém. Feito de forma leve e sutil, todos os enredos têm um fundo do convite à dança. Não à toa que Kevin Grainger, Nathan Boddy, Steve Dub e Mark Ralph tiveram respeitável importância em fazer de Hands Go Up um notável expoente da lounge music.


Mesmo intercalando músicos que inseriram sonares orgânicos nas canções, o EP se manteve na vertente eletrônica também por ter a finalização de seu som de forma editada para soar metálico e compatível com ambientes de academia e baladas noturnas.


Lançado em 26 de maio de 2023 via Bubinga Limited, Hands Go Up é um EP feito para dançar e para desestressar. Um material de melodias lineares, ele convida o ouvinte para se permitir, se conhecer e se perdoar para, assim, acessar a liberdade da dança e da sedução.

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Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.