NOTA DO CRÍTICO
O ano de 2025 está em seus momentos iniciais, mas já é agraciado pelo anúncio de uma nova artista no rol musical brasileiro. De nome Ro Araujo, a cantora carioca lança Afruturo, seu álbum de estreia como vocalista solo. Material é tido como um produto que enaltece a cultura negra que trafega por terrenos sonoros latinos.
É quase como o convite a uma festa. Seu ritmo já vem saliente, mesmo que ainda essencialmente embrionário. Sua atmosfera, por outro lado, é embebida em frescor e traz consigo um sorriso de canto a canto que contagia e envolve facilmente o espectador. O curioso, nesse processo, é observar que tal sensorialidade é despertada mesmo a partir de um violão cru e quase mudo na companhia de uma percussão ainda nascente. Como um próximo passo já programado, o escopo rítmico-melódico abraça o ouvinte com sua saliência educada e o leva para um cenário em que a cumbia se evidencia ao dar vida e brilho ao âmbito percussivo. Por meio dele, a canção ganha uma boa noção de fluidez através de sua cenografia irresistivelmente latina, cujos olhos, ternos e meigos, mas de evidente segurança, emana certo tom de empoderamento. Esses elementos são amplificados, mesmo que de maneira sutil, com a entrada de uma voz feminina aguda, firme e delicadamente nasal. Ro Araujo, ao assumir seu posto afrente do microfone, expõe seu timbre de arquitetura típica da MPB, enquanto permite uma ligeira assimilação para com o tom de Vanessa da Mata. Com sua forma lúdica de contar uma história, a cantora se deixa levar por entre as texturas percussivas, se permite sentir a areia sob seus pés descalços e a sentir a brisa do mar adornando seus cabelos em meio a um entardecer de verão. Nesse Som não é apenas uma composição que propõe entrosamento. É uma obra em que Ro usa das metáforas provenientes dos elementos percussivos para falar, de maneira calma e leve, sobre seu desejo de união que, consequentemente, tangencia com o respeito e com a liberdade de expressão. Esse é o som do despertar do senso de comunidade.
A delicadeza estrutural vai se mostrando uma espécie de marca registrada da sonoridade canalizada por Ro. Nascendo de forma graciosamente serena e fresca, a nova atmosfera melódica é agraciada por superiores doses de frescor em relação à paisagem anterior. Adoravelmente sensual por meio do protagonismo cuidadoso do violão dominando a dianteira melódica, a canção não demora a trazer referências, mesmo que ínfimas, a uma energia rítmica proveniente do afrobeat. Convidativamente dançante, a canção chama a atenção pela fusão de texturas vindas do agogô ouvido tímido durante suas contribuições sensoriais perceptíveis na base rítmica. Adornada por um beat hipnótico que traz consigo o compasso padrão do pancadão carioca, a faixa ainda é abraçada por uma delicadeza açucarada e aveludada proveniente do teclado sobrevoando o limiar harmônico entre ritmo e melodia. Um ponto que merece destaque é a saliência do baixo em meio a sua desenvoltura groovada que imprime, na obra, uma interessante essência do soul. Com isso, Corpo De Dendê, uma faixa que fala de paixão, ardência e o encontro corpo a corpo como celebração do presente, é marcada por uma sensualidade educada, mas intrigante.
O grasnar das gaivotas traz consigo uma atmosfera ambiente. Junto ao som macio, fresco e úmido do vaivém das ondas, esse canto animal é capaz de dar ao ouvinte a capacidade de ser agraciado por um senso gritante de natureza. Mas não só. Com o auxílio do assobio entrando em união com um violão valsante em seu compasso MPB, é como se a faixa transportasse a audiência para debaixo da copa de uma palmeira para, na sombra, com vista para o mar, se deleitar com o máximo do descompromisso. Assim que a bateria entra em cena com uma levada fluida e pronunciada delicadamente de forma sensual, a canção assume contornos de um acústico latino estonteante. Com um conteúdo lírico de paixão, mas não tão ardente quanto aquele de Corpo De Dendê, a presente faixa tem um tom mais romanceado e lexicalmente frágil. Ainda assim, é inegável que Raridade se configura como uma continuação linear da composição anterior, pois traz um enredo lírico tematicamente semelhante. Quando o ouvinte percebe a presença do saxofone rompendo com o torpor espectral por meio de um grito controlado em sua maciez estridente, Raridade enfim mostra a sua verdadeira identidade: uma faixa que visa aproveitar o momento, dos pequenos aos grandiosos, não se esquecendo da companhia de quem está sempre ao lado.
O saxofone, com jeito, educação e generosidade, se encaixa ao lado do violão na criação de uma atmosfera delicada, macia e ao mesmo tempo fresca em sua sensualidade nascente. De cardápio sonoro salientado pela estridência típica do instrumento de sopro, a faixa, além de ser embebida em uma base melódica MPB, traz consigo um enredo rítmico que retoma o compasso venezuelano da cumbia. Fornecendo uma interessante fusão sensorial perante canções creditadas tanto à Clarice Falcão quanto à Banda do Mar, a faixa se desenvolve na forma de um deleite de torpor e hipnotismo motivado pelo máximo senso de conforto. Em Serpente, curiosamente, é onde Ro divide o microfone com outra voz feminina, essa mais grave e com fundos de um dulçor atraente. Eis Ananda Jacques agraciando a canção com outras texturas vocais que se fundem às já conhecidas de forma a criar uma harmonia suspirante. Agraciada, portanto, por intercalações de vozes durante seu refrão, Serpente é uma canção que segue a temática do relacionamento corpo a corpo, mas que, aqui, apresenta um personagem que, por mais que tenha uma essência egoísta, desperte ainda mais desejo no outro em virtude do seu comportamento indiferente que atiça certas carências.
A sobreposição de violões oferece uma consistência melódica latente que evidencia uma sintonia sensorial bastante cativante. Sensual e com um frescor que beira a identidade do flamenco graças, também, a presença do sax na construção de uma camada harmônica inicialmente tremulante, a canção se destaca pelo uso de atabaques que dão à percussão uma alma mais nativa e até mesmo regional. Curiosamente, assim que explode em um refrão dominado pela cumbia, a obra evidencia, pelo caráter lírico, uma essência até mesmo ousada por ser dramática. Afinal, em Contra O Vento Ro dá uma aula não apenas sobre autoconhecimento e autorrespeito, mas ajuda o ouvinte a entender sua origem e se atentar aos seus desejos de forma a não se modificar na ânsia de agradar aos outros. Entender suas forças e suas fraquezas é a melhor maneira de entender e superar eventuais medos que venham barrar o caminho do destino. A união de palavras ‘contra o vento’ é, portanto, a metáfora da assumição de sua própria excentricidade.
Aqui é onde a cumbia se apresenta da forma mais autêntica. Se esqueça dela nas faixas anteriores e perceba a forma como as percussões se combinam simetricamente com o caminhar rebolante do saxofone. O frescor e o tropicalismo encontraram, aqui, uma confluência consistente a tal ponto que resistir não se torna uma opção. Se torna um desafio vã. Porém, conforme a canção se desenvolve, é interessante notar, também, como a malemolência do teclado e a adoção de notas mais agudas auxiliam na aquisição de um swing proveniente da salsa e do merengue. Se tornando, portanto, um produto de essência provocante, Eu Não Ando Só é uma faixa em que, assim como aconteceu em Serpente, Ro é agraciada por uma companhia nos vocais. Ju Santana, com seu timbre aveludado e açucarado, contribui em demasia na construção de uma atmosfera provocante. O curioso é que a faixa se utiliza desse viés swingado para enaltecer sensos de amor-próprio, enquanto estimula um senso de liberdade, empoderamento e confiança no espectador. A ausência da preocupação perante o julgamento alheio e a satisfação em extravasar a sua própria personalidade fazem da canção uma aula de como abraçar a vida de forma mais leve e satisfatória.
Os tambores já dão os primeiros sinais do compasso rítmico em desenvolvimento da composição. Enquanto isso, o espectador consegue observar, ao longe, o Sol surgindo no além-mar fazendo sua luz natural refletir na água ainda crepuscular pela presença da noite. Essencialmente aveludada pela sonoridade do fender rhodes preenchendo, com delicadeza, o amanhecer da harmonia, e agraciada por um coro vocal curiosamente fantasmagórico, a faixa, desde seu primeiro verso, se mostra, assim como aconteceu entre Corpo De Dendê e Raridade, uma continuação sequencial de Eu Não Ando Só. Afinal, aqui, de forma mais escancarada e não indireta, Ro usa sua voz para, simplesmente, enaltecer a liberdade de ação. Se o julgamento é algo imparável e socialmente endêmico, não há motivo para preocupação. Ser você mesmo é o verdadeiro mantra por trás do enredo de Todo Mundo Vai Julgar. Em uma sociedade de caráter conservador e intolerante, o medo de agir é algo iminente, mas é ele que censura. Por isso, Ro tenta trazer, novamente, o senso de empoderamento para mostrar que é permitido ser quem se é. Afinal, o diferente assusta e esse temor evidencia uma ampla gama de carências de um povo que prefere ferir o outro para impedir que sua própria ferida se torne gangrena.
Enquanto o soul foi apenas um tira-gosto bem singelo em Corpo De Dendê, nesse novo cenário ele se torna protagonista. Macio, sensual, fresco, acolhedor e aconchegante, esse ecossistema em processo de nascimento é embebido em uma delicadeza espectral que tem como protagonistas, ao menos em seu amanhecer, o teclado e o saxofone. Juntos, eles criam uma sintonia terna de swing que hipnotiza o espectador em virtude de sua fragilidade estética. Agraciada por uma levada percussiva consistente desenhada pela bateria, o escopo rítmico passa a ser o elemento que domina o andamento da obra. Nesse ínterim, é possível e até curioso perceber que a canção adota uma postura mais intimista e, principalmente, reflexiva, que captura Ro em busca de sentido. As incertezas, as angústias e os medos são evidenciados de maneira visceral por um indivíduo que questiona a existência de um propósito que justifique a sua vida. Soul é uma música em que a cantora brinca não apenas com o significado da palavra ‘soul’, mas também com seu significado. Afinal, aqui a cantora busca entender a própria essência, a própria origem, o próprio destino. Em Soul é onde Ro entende suas emoções opostas e aprende a controlar suas inseguranças, ao passo que aceita e deposita a confiança necessária para que o acaso guie seus passos na construção de seu futuro.
Enquanto os toques percussivos do repique criam uma textura saliente, o sonar ondulante e hipnótico do sintetizador coopera para um súbito processo introspectivo em que o ouvinte se permite se perder perante seu próprio universo inconsciente. Por meio de uma guitarra aveludada e sensual que deposita uma essência melódica soul em meio à atmosfera latina, a canção, sem demora, chama a atenção por transformar a conotação negativa inerente à palavra ‘egocentrismo’. Afinal, por meio de sua delicadeza padrão, Ro faz de Egocêntrica uma canção em que exorta a necessidade de se admirar, se cuidar e, principalmente, se amar. De textura afofadamente swingada em sua essência inquestionavelmente soul, a faixa, ao mesmo tempo em que questiona a autossuficiência e a proatividade no que tange a maciça doação para o outro, mostra que é dever do indivíduo aprender a se respeitar e a gostar de si. Não à toa que os versos “hoje eu não quero nem saber se tem coisa pra fazer”, “vou me levar pra passear” e “me tratar com afeição” carregam a alma do ensinamento de Egocêntrica.
O tilintar do agogô é quem adquire protagonismo perante o espectro rítmico que puxa o nascimento da composição. Curiosamente, porém, quando a canção é recebida pelo raiar de seu primeiro verso, ela, assim como em Raridade, se apoia em sonoridades ambientes para amplificar o quesito sensorial. Entre chuva e trovão, mas não ao ponto de causar desconforto, a canção traz Ro sob uma nova companhia nos vocais. Com outro toque de agudez diferente daquele de Ju Santana, Aiane entrega um toque interessantemente mais vivaz, ainda que adornada por um toque de veludo embriagante. Se tornando gradativamente mais enérgica conforme o enredo rítmico vai desenhando uma paisagem de samba, a canção não é apenas um mantra. É um cântico que captura a essência espiritual da Bahia, a qual, consequentemente, tem raízes diretas na África. Com o candomblé sob os holofotes, Proteção é uma obra profunda em que a cantora se apoia na fé e em suas próprias origens na aquisição de fortalecimento interior para lhe garantir um processo de autodefesa consistente. Com harmonias adocicadamente macias e agraciada pelo verso de efeito “epahey oyá” pincelado pelo enredo, Proteção faz referência a diversos elementos do candomblé, como o instrumento eruexim e referências ao Reino Da Matamba, a tornando uma obra de pura sensibilidade e espiritualidade.
É interessante perceber quando apenas alguns elementos conseguem instigar sensações das mais diversas origens, mas que, em suma, são como uma espécie de gatilho para uma sensação de desconforto. Ainda que de natureza enigmática, esse desaconchego é incentivado por uma veia percussiva que, apesar de simples, consegue ecoar no íntimo do indivíduo como um verdadeiro pulso. Quando o saxofone entra em cena pedindo licença com educação, certa suavidade se propõe na atmosfera, mas nem mesmo o instrumento de sopro se coloca sob uma postura confiante. Aqui, ele também está vulnerável. Não demora muito para a canção ganhar seus primeiros sinais de enredo lírico, momento em que o baixo surge em cena a partir de um groove ácido de andamento trotante acompanhando, de perto, o caminhar de Ro. Para dar um toque de frescor aliviante, o sintetizador é ouvido no entremeio entre melodia e ritmo com uma harmonia aveludada de caráter agradavelmente entorpecente. Ainda que a morfina seja algo irresistivelmente inevitável, o som firme do bumbo compassado na base rítmica acaba, curiosamente, funcionando como uma válvula de energia e de fortalecimento que faz com que o ouvinte adquira uma feição de certeza que espanta qualquer olhar fragilizado. Com tal espectro, A Culpa é onde a cantora expõe outro lirismo de base reflexiva forte. Afinal, aqui Ro explora o senso não apenas de independência, mas de valorização da mulher, da figura feminina. Ao mesmo tempo, é possível de se perceber alfinetadas rascantes no que tange o comportamento social endêmico do machismo muito presente em sociedades conservadoras. A Culpa é, portanto, o grito de basta perante o falso senso de culpa da mulher por se permitir viver do modo que lhe dá mais prazer.
Um sonar adocicadamente ácido flui linear e consistente, rompendo o silêncio espectral. Vindo da ressonância do teclado, essa melodia unilateral assume, sobre o ouvinte, a capacidade de hipnotismo de maneira gritante. Ainda que outros sons, borbulhantes e sintéticos, entrem no mesmo momento fornecendo uma embrionária impressão new wave, a morfina e o desvio de lucidez segue em seu ápice. Porém, subitamente o espectador é surpreendido por algo que, em um primeiro momento, o assusta, mas serve para mantê-lo em alerta. Depois desse prelúdio esotérico, Ro entra em cena já proferindo, de forma firme, um questionamento incisivo que, ainda, não tem um sentido conjuntural. Desse momento em diante, ao mesmo tempo em que a percussão se mostra afiada por entre seus vários elementos, a guitarra entra como um rasgo de acidez, uma aspereza corrosiva que transcende os limites do som através de seu riff distorcido rascante. Com tal roupagem, a canção logo mostra um mergulho estrutural na roupagem do afrobeat ao ponto de energizar o ouvinte. Ainda que isso aconteça, o que salta aos ouvidos é a rebeldia, é a contestação, é o inconformismo. Em Reparação, não é apenas o rombo entre as classes que é colocado em jogo. É a crítica à futilidade presente nas entrelinhas. É o exagero. É o muito contra o pouco. Aqui, Ro, com sua postura altiva, desafia os endinheirados a experimentar um mínimo da rotina burocrática dos menos afortunados e questiona a sua consistência e a sua persistência. Enquanto salienta o desespero causado pela fome, Ro faz de Reparação um apelo para a igualdade na distribuição de renda.
Não é um álbum comum. Não é um álbum cujos enredos soam como se precisassem de aprovação. Mesmo que não alcance muitos ouvintes, o trabalho de Ro Araujo certamente já foi feito. Afinal, em Afruturo cada música é um grito de revelia. É a busca por igualdade. É o rechaço à impunidade. Com o álbum, a procura por um equilíbrio social se torna uma tarefa árdua, mas necessária.
Não se trata de um equilíbrio frouxo, daqueles que na primeira brisa se desfaz. É um equilíbrio que começa na base e atinge o topo. Que começa na miséria e chega ao milhão. Um equilíbrio que passa por todas as camadas da sociedade, endireitando cada aresta comportamental endêmica. Do machismo à intolerância, o trabalho soa como um simples grito de basta perante o menosprezo e o desrespeito, principalmente, para com a figura feminina.
Não é de se espantar, portanto, que, com Afruturo, Ro chame a atenção de sua audiência para temas que se alinham, direta e indiretamente, à mulher. Enquanto ensina a assumir uma postura autoconfiante e empoderada, o álbum auxilia a mulher a se despir do coitadismo e da inferioridade a ela socialmente depositada e se valer de seu próprio senso de liberdade. A partir de então, o autoconhecimento será o próximo passo a ser atingido. Depois, o amor-próprio fecha a contagem por mostrar que, sim, a mulher pode se dar, entre aspas, ao luxo, de se valorizar.
Para dar peso a esse enredo lírico cheio de contestação, Ro se aliou a Fael Brito, seu fiel escudeiro. Afinal, além de tocar todos os instrumentos, o profissional também mixou e produziu Afruturo. Permitindo ao ouvinte a perfeita elucidação de cada esquina melódica e cada terreno de puro experimentalismo, ele evidenciou a presença da cumbia, do soul, da MPB, do afrobeat e até mesmo do manguebeat em meio à receita rítmico-melódica.
Especialmente no campo da produção, Brito concedeu liberdade total à Ro, lhe fazendo caminhar por diversos terrenos reflexivos e inquietantes. De cunho autobiográfico mais pungente, a cantora, durante o álbum, lidou com a própria busca pelo seu senso de pertencimento e, consequentemente, origem, algo que é bem marcado em Proteção, faixa em que explora, inclusive, sua espiritualidade.
Fechando o escopo técnico, vem a arte de capa. Assinada por Martina Flach, a obra evidencia o rosto de Ro Araujo em todas as suas nuances. Enaltece seu tom de pele e seu cabelo, enquanto apoiado por um plano de fundo um tanto utópico por se tratar de um céu azul espectral. Abraçada, em suas margens, por imagens de cobras, espinhos e outros ornamentos, a imagem traz uma clara referência aos desafios maçantes que a mulher deve enfrentar em sua rotina, criando, assim, uma sintonia direta com os enredos líricos.
Lançado em 15 de janeiro de 2025 de maneira independente, Afruturo não é somente um álbum iminente. É um chamado para que todas as mulheres, de todas as naturezas, se deem as mãos e conquistem a coragem de brigar pelos seus direitos e pelo seu lugar ao Sol. Uma luta de igualdade que deveria ser de todos, mas que apenas os fragilizados veem a urgência dessa busca.