NOTA DO CRÍTICO
Três anos após o lançamento de No Fixed Address, o grupo de rock alternativo canadense Nickelback chegou em 2017 com Feed the Machine, um disco que, segundo o próprio vocalista e guitarrista base Chad Kroeger, tem uma pegada mais metalizada com relação aos demais. E, de fato, a afirmação se comprova logo com a faixa-título, que abre o novo trabalho de estúdio. Com riffs e grooves-chiclete, a música traz elementos eletrônicos e a presença de sintetizadores que dão um ar moderno sem tirar a pressão.
Com participação na composição de todas as músicas do disco, Kroeger tem crédito total sobre quatro delas. A primeira a surgir é Coin For The Ferryman. Trazendo um típico rock do Nickelback, a faixa, que possui um fim seco, tem presença marcante das guitarras, com solo executado por Ryan Peake.
A balada Song on Fire, que traz, em seu início, referências sonoras de If Everyone Cared, faixa de All the Right Reasons, lançado em 2005, tem grooves e melodia simples. Outra com refrão-chiclete, a música traz um vocal suave, mas com altos alcances. Must Be Nice vem em seguida, quebrando o clima de melancolia criado pela música anterior. Com letra e melodia escritas por Kroeger, a canção vem com uma bateria que executa um groove que se assemelha ao som eletrônico, mas é acompanhada por guitarras agressivas, dando outro viés à faixa.
After The Rain, o principal single de Feed the Machine, tem participação de Chad Kroeger e Ali Tamposi na sua composição. Novamente, o artifício refrão-chiclete é encontrado e acompanhado de uma letra que traz mensagem de superação, esperança e paciência. Em seguida, com riffs de guitarra marcantes e empolgantes, For The River vem relembrar a capacidade do vocalista em se responsabilizar, inteiramente, na criação de um hit. Seu vocal característico, rasgado e grave, dá a deixa para os músicos Peake, o baixista Michael Kroeger e o baterista Daniel Adair fazerem sua parte no refrão instrumental.
Mais uma faixa de pegada melancólica, Home chega com a base bateria-baixo facilmente identificável em toda a sua execução. A música traz ainda um trecho em que o vocal é acompanhado, por alguns segundos, apenas pelo bumbo. Depois de uma pausa dramática, o instrumental chega completo retomando o refrão.
Trazendo uma vaga lembrança da música celta na introdução, a agressiva The Betrayal (Act III) traz um trecho de suspense elaborado por Peake e Michael Kroeger. Chad K. dá um tom de revolta ao refrão, característica que segue também no respiro. Guitarras em tom grave estão presentes durante todo o seu andamento.
Silent Majority é mais uma balada com refrão e melodias marcantes. Composta por Chad K. e Peake, a música traz uma crítica ao comportamento social atual de comodidade que é amaciada por um som sereno. Retratando a história de um relacionamento, Every Time We're Together, que vem na sequência, é uma composição própria para ser usada como trilha sonora de longas-metragens de pegada adolescente.
Continuação retardada de The Betrayal (Act III), The Betrayal (Act II) é um instrumental que chega com um ar mais de suspense que sua antecessora. Com camadas instrumentais mais elaboradas, ela vem acompanhada de violino e é terminada com o prolongamento de sua base sonora, dando desfecho a mais um capítulo da discografia do Nickelback.
Crítica postada originalmente no Allmanaque