A delicadeza com que o violão se pronuncia no despertar da canção já é o suficiente para fazer o espectador experienciar sensos de conforto, torpor, melancolia e nostalgia. Tudo misturado em um mesmo caldeirão de emoções difundidos por uma estrutura melódica minimalista. Rapidamente, o primeiro verso se inicia com a entrada dos primeiros sinais de voz, os quais já começam a desenhar o enredo lírico.
De timbre doce e com bom domínio de sua afinação, o vocalista que o possui surge através de uma interpretação lírica reflexiva e ligeiramente cabisbaixa que faz o ouvinte criar, em seu inconsciente, uma curiosa paisagem cinemática. À beira de um fiorde, um homem abraça um garoto enquanto ambos, sentados no limite do desfiladeiro, observam o horizonte. É nesse momento em que o personagem adulto começa a começa a dizer coisas de encorajamento.
Musicalmente, a canção mergulha em um refrão de harmonia tocante que faz as lágrimas do ouvinte escorrerem livremente pelo seio da face, tamanha a sua delicadeza, seu charme e, principalmente, seus sensos de respeito e humildade. É aí que o The Last Hidden Fox faz de Chasing Nightmares uma obra que ensina o ouvinte a respeitar e a não ter vergonha de seus sentimentos. Conforme a canção vai ganhando novos elementos, como bateria e teclado criando uma atmosfera entorpecente, tal ensinamento entra no inconsciente do espectador de maneira frágil, mas simultaneamente de compreensão visceral.