O que se tem a partir do primeiro sonar da introdução é um baixo de postura raivosa, inconstante e estridente. Impaciente e inquietante, ele se apresenta com uma face sisuda que, em seu suor, constam aromas de agonia e angústia que acabam penetrando no ambiente de maneira tão profunda que, dificilmente, poderia livrar um ouvinte emocionalmente desequilibrado.
Conforme vai evoluindo, a canção experimenta paisagens que mantém seu viés estridente, mas que mergulham em testes que trazem consigo características industriais e que, inclusive, flertam com um nu metal ao estilo Korn. O curioso, nesse ínterim, é perceber que, pela maneira com que Denacus interpreta as linhas líricas, a música caminha também por uma tomada rap rock, enquanto o desespero se funde a uma veia stoner.
É com essa roupagem estética que o cantor faz de dRIP uma canção sombria, sanguinária e mórbida que retrata um indivíduo à beira de um colapso. Um colapso tão profundo, visceral e rascante que o faz não encontrar qualquer tipo de saída a não ser uma atitude agressiva contra a própria vida. Eis aqui a representação de Denacus a respeito do desfecho trágico da vida de um amigo. É preciso estar atento aos mínimos sinais. Afinal, tanto a saúde mental e emocional precisam ser cuidadas para que o equilíbrio seja alcançado e possibilite uma vida minimamente branda em sua dignidade.