Deflecting Ghosts - Passion Of The Scorned

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Sem qualquer tipo de cerimônia, o ouvinte é mergulhado, de súbito, em um ambiente sombrio, asqueroso e ausente de luz natural. Um ambiente pegajoso e repleto de rochas úmidas que fazem com que qualquer medo ou insegurança se tornem seres tão reais que chegam a ser palpáveis. Contudo, essa paisagem tem um toque curioso proveniente da união do violão e da guitarra elétrica.


Os dois instrumentos, juntos, criam uma atmosfera dramática, visceral, mas também melancólica e suplicante. Nesse sentido, é como se houvesse uma dualidade entre o torpor e os súbitos de consciência. O desejo por salvação e a censura de seus próprios desejos suplicantes por ajuda. Narrada por uma voz masculina de timbre fanhoso vinda de Luke Fitzgerald, a canção, conforme tem sua estrutura rítmico-melódica desenvolvida, vai ficando mais visceral e lancinante em seu tom curiosamente mórbido.


Instrumentalmente equilibrada, a canção, sob sua conjuntura assombrosa, deixa o ouvinte degustar a guitarra em sua postura ácida, a bateria em sua desenvoltura precisa e o baixo em sua saliência estridente. A partir daí, o metal alternativo está formado e convida o ouvinte a caminhar por um terreno em que Passion Of The Scorned dialoga sobre a sedutora e ludibriante voz do Demônio na forma de um ser onipresente apenas manipulando o indivíduo com a ideia de que todas as atitudes ruins anteriormente feitas são justificáveis.

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Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.