Uma voz agradavelmente aguda e açucarada entra em cena ao mesmo tempo em que a melodia já mostra sua silhueta sintética e seu potencial para a dança. Despropositadamente sensual, mas firme e potente, o timbre de Shannon K é um bom chamariz para o ouvinte querer descobrir sobre o que a canção de fato se trata.
Evoluindo para aquilo que soa como uma house music com agradáveis toques latinos e tropicais, a canção se matura no tradicional ‘putz, putz’ da respectiva vertente da música eletrônica no intuito de, de fato, levar o ouvinte à pista de dança. Cativante e educadamente sensual, a canção ainda recebe a participação de Kumar Sanu com seu timbre levemente grave incrementando as camadas líricas.
No entanto, não é o ritmo dançante que chama a atenção em 9 To 5 e sim seu contexto. Fundindo culturas através da mescla de cantos hindi e urdu, a canção apresenta um lirismo de cunho universal que trata, especificamente, das extensas jornadas de trabalho, aqui, focadas na escala nove por cinco. Abordando o funcionário como importante engrenagem na máquina do lucro, a canção vem com o intuito de fazê-lo refletir sobre sua situação e se libertar desses conceitos trabalhistas escravocratas para partir pela busca daquilo que, de fato, lhe faz bem e o faça progredir na arte do autoconhecimento.
