Alter Bridge - São Paulo Trip

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O céu já anunciava o anoitecer na cidade de São Paulo (SP). O calor estava forte, mas não afugentou o público que começava a chegar no Allianz Parque. Na ocasião, seria hoje (21/09), o primeiro dia de realização do festival São Paulo Trip, no qual se apresentariam também os grupos The Cult e The Who.


O relógio se aproximava das 18hs20 quando se ouviu o que seria a introdução de Come To Life. Se anunciava, assim, que o supergrupo estadunidense Alter Bridge estava subindo ao palco. Com o vocalista Myles Kennedy no centro, o guitarrista Mark Tremonti à esquerda, o baixista Brian Marshall no lado direito e o baterista Scott Phillips com sua bateria de três pratos de ataque ao fundo, a pressão sonora tinha dado seu início. E o Allmanaque estava lá para conferir.


Ambos de camisas e blusas pretas, os integrantes traziam a típica pressão sonora que, de certa forma, estereotipa suas apresentações ao redor do mundo. Kennedy, por sua vez, deixava evidente a sua técnica vocal belting e sua carisma. Em Addicted To Pain, o vocalista não precisou pedir ao público participar da canção. Durante toda a sua execução, a plateia assumia a posição de terceiro cantor e batia palma no ritmo guiado pelo frontman.


Cry Of Achilles fez a plateia vibrar logo nos primeiros riffs executados por Tremonti, que, assim como Kennedy, a cada interação do público soltava sorrisos de satisfação. Durante a execução da música, os integrantes caminhavam pelo palco pedindo aos espectadores aquilo que já estavam fazendo, cantando junto.


Depois foi a vez de Crows On A Wire, única música do disco The Last Hero a ser executada durante a performance. Um momento engraçado que vale a pena ser contado foi na execução de Isolation. Nela, Kennedy se deparou com o telão ao seu lado e ao comentar: "Isso é realmente grande", teve momentos de riso que, por instantes, o distanciaram da música em questão. Já em Waters Rising, a versatilidade de Tremonti toma os vocais principais enquanto Kennedy fica na segunda voz.


Mas foi com Blackbird que aconteceu o ápice da interação do público. Com a típica pressão sonora do supergrupo, a música trouxe a São Paulo uma espécie de duelo entre os trechos bluesados de Kennedy com os thrash de Tremonti. Com mesclas entre os solos, ora executado pelo vocalista, ora pelo guitarrista, a música trouxe a versatilidade particular de Myles: Fazer bons riffs e mostrar técnica vocal.


Open Your Eyes, um dos clássicos da banda, teve momentos de um grande coral e palmas do público, ambos intercalados com os timbres de Kennedy, o qual surpreendeu na afinação. Rise Today chegou anunciando, antecipadamente, o fim da participação do Alter Bridge no festival. Assim que a música terminou, os músicos jogaram palhetas e deixaram o palco. O público se perguntava se haveria bis, em vão. Supergrupo deixou o palco do Allianz Parque 30 minutos antes do que havia sido anunciado.


Ainda assim, a performance serviu como boas-vindas do supergrupo em São Paulo (SP). Marcado por riffs marcantes, sorrisos de Kennedy e Tremonti mostrando satisfação, interação do público e a precisão da bateria comandada por Scott Phillips e do baixo de Marshall, o show serviu para dar um gostinho do que é um show solo do Alter Bridge. Espera-se, então, que esse gostinho seja o suficiente para trazê-lo novamente às terras tupiniquins. Mas, da próxima vez, para as condições citadas anteriormente.


Confira o setlist do show: 


Come to Life (Blackbird, 2007)
Addicted to Pain (ABIII, 2010)
Ghost Of Days Gone By (ABIII, 2010)
Cry of Achilles (Fortress, 2013)
Crows On A Wire (The Last Hero, 2016)
Waters Rising (Fortress, 2013)
Isolation (ABIII, 2010)
Blackbird (Blackbird, 2007)
Open Your Eyes (One Day Remains, 2004)
Metalingus (One Day Remains, 2004)
Rise Today (Blackbird, 2007)


*​Resenha publicada originalmente no Allmanaque.

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Sobre o crítico musical

Diego Pinheiro

Quase que despretensiosamente, começou a escrever críticas sobre músicas. 


Apaixonado e estudioso do Rock, transita pelos diversos gêneros musicais com muita versatilidade.


Requisitado por grandes gravadoras como Warner Music, Som Livre e Sony Music, Diego Pinheiro também iniciou carreira internacional escrevendo sobre bandas estrangeiras.